Morena, Pena de amor

Morena, Pena de amor
Cecilia Meireles
(1939)



Por todos os lados,
o mar me rodeia;
me deixa recados
escritos na areia.

Das águas sou filha:
nasci de um beijo de espuma
em redor de alguma
silenciosa ilha.

Maravilha, maravilha
da espuma em pedra serena:
a água nos meus olhos brilha,
da pedra é que sou morena.

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(Não me digas nada:
deixa-me cantar.
Aprendi minha toada
no fundo do mar.)


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