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Mostrando postagens de outubro, 2015

Amor Arbitrário

O mundo está cheio de certezas E verdades absolutas. A briga entre torcidas Já nem vira mais notícia. A autoestima das pessoas Está mesmo muito boa: Quem antes tinha uma opinião, Hoje é redentor da verdade absoluta, da razão E qualquer pensamento contrário, Deve ser censurado, banido, exterminado. E enquanto certezas aumentam, Baixa a tolerância. Não importa se é mãe, primo, Tio, parente distante, filho, Pai, avô, avó, amigo... O radicalismo veda o amor, Repulsa a razão. É por causa de time de futebol, Religião, crenças, costumes, Política, diferenças sociais, Candidatos à presidência... Homossexuais, simpatizantes, Protestantes, Evangélicos, católicos, Umbandistas, tucanos, Petistas, gordos, tatuados, Elite, direita, esquerda, Flamenguistas, são paulinos, qualquer um: Não pensa igual, vira tipo satanista. Tudo o que é pensado com diferença É tratado com intolerância e insolência Pessoas públicas ou anônimas, Todos tomado

Piscar de Olhos

E é num piscar de olhos que tudo se vai... Ao fechar os olhos por um segundo, a lágrima cai, O sorriso se desfaz, a chuva chega, o sol se vai... É nesse segundo tão breve que ônibus passa, A comida queima, o leite derrama, Aquela pessoa te olha, a vida se esvai. Basta piscar o olho pro mar ficar fundo, A correnteza levar, a flor que estava aqui, o vento fazer voar... Pisque os olhos e a criança vai crescer, o carro pode bater, Aquele inseto que estava bem à sua vista, desaparecer... Nesse segundo o tempo passa, ou o tempo para. Ao fechar os olhos no piscar, Ganha-se um beijo inesperado, Um abraço apertado, Um sorriso frente a seu rosto... Basta fazer as pálpebras dançarem, Se entrelaçarem, Para alguma mágica acontecer. Uma mágica boa ou ruim? Não dá para saber. Esse é o mistério do piscar; Coisas podem sumir, ou aparecer. E arriscar parar o tempo, ou fazê-lo passar Precisa ter coragem. Basta piscar perante o desespero Para visualizar uma

A Viagem - Crônica

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                Sempre fui uma pessoa assustada com o mundo e com as pessoas; acabei crescendo com medo de quase tudo e quase todos; não me permitindo, assim, a coisas vistas como normais para a maioria das pessoas. Como por exemplo, viajar sozinha. Uma grande amiga minha, Mayara, tinha se mudado há pouco tempo para Jericoacoara, no Ceará, e queria muito que eu fosse visita-la. Acreditem: estava com medo, sim, de viajar sozinha. Não gosto de estar sozinha no meio de um monte de desconhecidos. Isso para mim sempre foi motivo de verdadeiro pânico. Mas, leitora assídua que sou, descobri Martha Medeiros, e o primeiro livro que li dela foi: Um lugar na Janela. Relatos de viagens que ela fez, em sua maioria sozinha, pelo Brasil e pelo mundo. Nesse livro encontrei muito do que eu estava querendo e precisando ler, além de ter encontrado também, “uma ídolo” na literatura.  Resolvi encarar meu medo.                 Com o pensamento de que seu eu me programasse direitinho nada poderia dar er