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O dom que Deus me deu, eu dedico a você II - 6 anos depois

Em 2013, dia 08 de março, escrevi um texto contando um pouco da minha tristeza sobre a morte do Chorão e também um pouco sobre minha devoção à banda. Quase 6 anos depois, venho relatar como foi esse período para mim. Afinal, ele havia sido o cara que guiou minha vida, que não me deixou me afundar de vez na depressão, que me incentivou sempre a seguir em frente e acreditar. O cara que conversava com os fãs, que aconselhava, que colocava todo mundo para cima! Eu preciso falar disso. Para piorar, seis meses depois de sua partida, sofremos o baque de perder Champs, o querido baixista e "irmão" de Chorão. Aquela figura carismática, nem sempre tão presente nos bate-papos após os shows, mas sempre divertido. Aquele cara que pisava no palco e sua performance nos inflamava também. Um baita músico. Quando a notícia do ocorrido com o Alexandre Magno Abrão chegou para mim, por meio do meu noivo na época (e agora ex), eu estava trabalhando, era de manhã. Enquanto eu passava p

"Você está diferente"

O tempo que chega nos traz muitas coisas boas.... Com o passar das experiências vividas, de tudo o que foi bom ou de tudo o que doeu, aprendemos a lidar de forma diferente ! Antes eu sofria caso alguém se afastasse, eu ficava em cima, preocupada, tentava desfazer todos os mal-entendidos: “o que será que eu fiz?” Hoje, eu não estou sofrendo mais. Aprendi a lidar com a falta, aprendi que muita gente chega só quando você tem algo a oferecer, descobri que muita gente chega só para um determinado momento da vida. Hoje, não fico impondo minha presença. Mostro que estou ali, o outro não deu importância, paciência. Alguém acha que eu fiz algo, eu vou acreditar que a amizade seja forte o bastante para a pessoa vir conversar comigo, como eu faço... Se a pessoa não quis vir perguntar, conversar, paciência. Eu não era tão importante... eu insistia muito nas pessoas que amo. Mas, na minha cabeça, eu estava as perturbando, pelo retorno (ou falta dele), parecia que realmente a pessoa não queria q

A Umbanda em minha vida.

15 de novembro de 1908 – aprendi há pouquíssimo tempo- foi o dia em que a Umbanda foi declarada como a nova religião brasileira, pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, por meio do médium Zélio de Moraes. Eu conheço a Umbanda há apenas um ano, mas nada mais justo do que prestar uma homenagem, singela que seja. Eu cresci ouvindo a sociedade falar da Umbanda de forma pejorativa, principalmente sobre sacrifício de animais. Porém, sempre conheci pessoas que são dessa religião, pessoas muito boas, e isso fazia com que eu me questionasse a respeito desses rumores. Eu sempre fui muito ligada às origens africanas: culturas, histórias, danças, batuques... Frequentei e desfilei em 2005 (dez anos antes de frequentar a Umbanda) no Afoxé Ile Omo Dada, e era encantada, apaixonada por tudo aquilo. Sempre amei tranças e tive a oportunidade de fazer esse penteado: o cabelo inteiro de trancinhas finas. Era um lugar cheio de amor e boas energias. Um dia, um senhorzinho segurou meu rosto com delicadeza e

O Drama do Banheiro!

Quase toda criança adora dormir na casa do amigo, e eu não era uma exceção. Aos oito anos mudei de novo de cidade e fiz amizade com uma menina chamada Juliana; estudamos três anos juntas até mudarmos cada uma para uma escola diferente. Não demorou muito para nossas mães se conhecerem, uma conhecer a família da outra, passar fim de semana e até mesmo viajar para a praia junto; éramos inseparáveis! A coisa mais gostosa que tinha era quando íamos direto da escola para a casa da outra. Ficávamos inquietas e fazendo planos.  Quando batia o sinal para ir embora, era um friozinho na barriga, uma felicidade incontrolável. Certa vez, foi dia de eu dormir lá. A Tania e o Germano, mãe e padrasto da Ju sempre foram muito legais e atenciosos comigo. Sempre ríamos muito, brincávamos, era sempre muito divertido. Tive ótimos momentos que guardo na memória com muito carinho. Ah, eles tinham também uma cadelinha – a Lady, ou Leidoca- que nem era muito grande, mas eu morria de medo de cachorro, mesmo

Amor Arbitrário

O mundo está cheio de certezas E verdades absolutas. A briga entre torcidas Já nem vira mais notícia. A autoestima das pessoas Está mesmo muito boa: Quem antes tinha uma opinião, Hoje é redentor da verdade absoluta, da razão E qualquer pensamento contrário, Deve ser censurado, banido, exterminado. E enquanto certezas aumentam, Baixa a tolerância. Não importa se é mãe, primo, Tio, parente distante, filho, Pai, avô, avó, amigo... O radicalismo veda o amor, Repulsa a razão. É por causa de time de futebol, Religião, crenças, costumes, Política, diferenças sociais, Candidatos à presidência... Homossexuais, simpatizantes, Protestantes, Evangélicos, católicos, Umbandistas, tucanos, Petistas, gordos, tatuados, Elite, direita, esquerda, Flamenguistas, são paulinos, qualquer um: Não pensa igual, vira tipo satanista. Tudo o que é pensado com diferença É tratado com intolerância e insolência Pessoas públicas ou anônimas, Todos tomado

Piscar de Olhos

E é num piscar de olhos que tudo se vai... Ao fechar os olhos por um segundo, a lágrima cai, O sorriso se desfaz, a chuva chega, o sol se vai... É nesse segundo tão breve que ônibus passa, A comida queima, o leite derrama, Aquela pessoa te olha, a vida se esvai. Basta piscar o olho pro mar ficar fundo, A correnteza levar, a flor que estava aqui, o vento fazer voar... Pisque os olhos e a criança vai crescer, o carro pode bater, Aquele inseto que estava bem à sua vista, desaparecer... Nesse segundo o tempo passa, ou o tempo para. Ao fechar os olhos no piscar, Ganha-se um beijo inesperado, Um abraço apertado, Um sorriso frente a seu rosto... Basta fazer as pálpebras dançarem, Se entrelaçarem, Para alguma mágica acontecer. Uma mágica boa ou ruim? Não dá para saber. Esse é o mistério do piscar; Coisas podem sumir, ou aparecer. E arriscar parar o tempo, ou fazê-lo passar Precisa ter coragem. Basta piscar perante o desespero Para visualizar uma

A Viagem - Crônica

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                Sempre fui uma pessoa assustada com o mundo e com as pessoas; acabei crescendo com medo de quase tudo e quase todos; não me permitindo, assim, a coisas vistas como normais para a maioria das pessoas. Como por exemplo, viajar sozinha. Uma grande amiga minha, Mayara, tinha se mudado há pouco tempo para Jericoacoara, no Ceará, e queria muito que eu fosse visita-la. Acreditem: estava com medo, sim, de viajar sozinha. Não gosto de estar sozinha no meio de um monte de desconhecidos. Isso para mim sempre foi motivo de verdadeiro pânico. Mas, leitora assídua que sou, descobri Martha Medeiros, e o primeiro livro que li dela foi: Um lugar na Janela. Relatos de viagens que ela fez, em sua maioria sozinha, pelo Brasil e pelo mundo. Nesse livro encontrei muito do que eu estava querendo e precisando ler, além de ter encontrado também, “uma ídolo” na literatura.  Resolvi encarar meu medo.                 Com o pensamento de que seu eu me programasse direitinho nada poderia dar er