Escolhas e Respostas

Pelos cantos peregrino,
Sempre sozinho, em busca
Do meu filho.
Passos lentos, uma garrafa;
Um soluço de culpa e solidão.
Desalento, desatento.
Vago por não sei onde
Distante de mim mesmo...
Por onde anda meu menino?
Não sei se homem já se fez,
Ou se cabe ainda em meu colo.
Mas onde posso encontrar?
O tempo já se escapou pelos meus dedos
Eu saí para viver, para ver o mundo
 Dei por mim que o mundo meu
Era o que ficou, o que eu deixei.
O tempo, porém, não me devolveu
Aquilo que um dia eu amei.
Se é que amei.
Bem que eu tentei e
Por um bom tempo eu esqueci;
E só vivi, como vivi...
Não tive um bem,
Não me preocupei com boletins e remédios...
Até o dia em que o silêncio surgiu,
Tudo virou tédio
E a tristeza me invadiu.
A voz que antes cantava,
Hoje se afoga em melancolia;
Afoga o afago das mãos;
 Sombra naquele rosto que sempre sorria.
Refiz os passos, caminho inverso.
Creio não ter esquecido o trajeto...
Mas não encontrei lá , meus afetos.
Pensei, iludido, que estariam
A esperar por mim,
Antes do jantar.
A bela mulher aprontada,
Sempre tão submissa;
O menino sempre arrumado,
Vindo de bracinhos abertos.
Eu era amado.
Mas o que é de minha gente?
Preciso logo encontrar.
De tanto que vivi,
Minha voz vai se perder,
Minha alma vai emudecer...
Meu menino
Eu só

                                            quero
                                                                     te
                                                                                                   ver
                                                                                                         cres
.
     .
         .
           c e r




Pamella Vidal Serrano 
28/05/2015

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